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terça-feira, 19 de junho de 2012

Lula, o Desastre: entra Maluf e sai Erundina



Tem coisa que simplesmente não dá pra engolir. O "Nefasto", por exemplo.


Assino embaixo o artigo do Rui Martins. 


O acordo LULA-Maluf


Rui Martins - Berna

Berna (Suíça) - Embora eu tenha operado as amígdalas e, recentemente, tenham me tirado a vesícula biliar, há uma coisa que não consigo fazer – é engolir sapo. E talvez, por isso, termine os poucos anos que me restam de militância como apartidário.

Ainda na semana passada, quando o ministro do Trabalho, neto do velho combatente Brizola, passava por Genebra, na Organização Internacional do Trabalho, um amigo tinha organizado uma feijoada com os companheiros do PT e me convidou não só para participar do encontro, como para aderir ao partido.

E eu, com aquela sinceridade e maneira direta capaz de chocar algumas pessoas, agradeci mas declinei da oferta: “meu caro, desde o dia em que deixei a igreja, prometi a mim mesmo, nunca mais pertencer a igreja ou partido. Nem acreditar em deus, seja qual for, e muito menos em líderes humanos, mesmo porque, no fundo sou um rebelde e nunca aceitaria ter de aceitar uma decisão com a qual não concorde”.

Faz dez anos, perdi meu emprego como correspondente europeu da CBN por ter insistido em malhar o ex-governador na época da ditadura e ex-prefeito Paulo Maluf, naquela questão das contas bancárias suíças. Escrevi mesmo um livro sobre esse caso, contando a sucessão de meus boletins a Heródoto Barbeiro, dando número do processo penal na Polícia Federal suíça, por suspeita de desvio de dinheiro público depositado em diversas contas sob nomes diferentes.

Nesse livro (“Dinheiro Sujo da Corrupção”, Geração Editorial), havia uma frase profética, um dom do qual não consegui me livrar: “Mas pode também não acontecer nada com Paulo Maluf e sua família – bastará para isso que os processos instaurados no Brasil terminem sem condenação ou sejam derrubados por falhas ou vícios processuais ao chegarem ao Supremo Tribunal Federal”.

Realmente, as contas de Maluf bloqueadas na Suíça logo serão desbloqueadas, pois até hoje não houve condenação brasileira e nem haverá. E a família Maluf receberá de volta com juros todos os milhões que, há alguns anos, provocavam tantas denúncias na mídia e revolta na população.

Entretanto, jamais poderia imaginar que no ano da criação da Comissão da Verdade, aconteça igualmente uma reabilitação política de Paulo Maluf de maneira clara e escandalosa como a ocorrida, sendo oficiante o ex-presidente Lula, a quem tenho apoiado, para tentar dar corpo à candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo.

Lembro-me do valoroso herói bíblico, Sansão, que perdeu todas suas forças ao lhe cortarem os cabelos. Será que Lula sem barba é outro Lula, diferente daquele que vi pessoalmente no Itamaraty, no encontro dos emigrantes, ou daquele diante do qual se puseram de pé, acho que há três anos, os representantes dos países membros da OIT no grande auditório do Palácio das Nações?

Por que jogar numa aventura paulistana, fadada à derrota, seu prestígio, ao aceitar um acordo eleitoral com Paulo Maluf ? Não posso ser político porque não engulo sapo, não posso ser diplomata porque não sei mascarar meus sentimentos. Falo como jornalista e como cidadão, para externar minha decepção. Por que trazer um desconhecido dos paulistanos, quando Erundina, ex-prefeita, teria muito mais chances e não seria necessária uma aliança com Maluf?

E, folheando meu livro, já esgotado, achei um episódio precedente - "a frase "indiciado não é culpado", de Ruy Falcão (na época porta-voz da ex-prefeita paulistana Marta Suplicy, hoje dirigente do PT), justificando o apoio malufista, nada tinha de escandalosa... ela se integrava na antologia oportunista da política brasileira... ". Maluf já havia recebido o apoio do PT, no segundo turno da candidatura de Marta Suplicy.

Escrevo este comentário para tornar pública minha decepção e que é, sem dúvida, de outros tantos paulistas e brasileiros, diante dessa coligação desnecessária. Não voto em São Paulo, ainda bem, porque não aceitaria participar dessa farsa.

Desculpe-me companheiro Lula, continuo admirando sua gestão como presidente, mas ninguém é perfeito, mesmo os grandes líderes erram, felizmente podemos divergir.

Parabéns Erundina por não ter aceitado participar dessa aliança.

Direto da Redação

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Eliana Calmon quer ouvir os cidadãos



E continua caindo a Ditadura do Judiciário...


Mais um ponto para a aguerrida, destemida e midiática (graças!!!) ministra-corregedora Eliana Calmon: a Corregedoria Nacional de Justiça inspecionará quatro grandes tribunais de justiça (Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais) e abrirá espaço para ouvir os jurisdicionados, ou seja, nós, os cidadãos, a parte principal do sistema. Os gaúchos já começaram a se manifestar ontem.




Muita gente do próprio Poder (magistrados, serventuários, advogados...) ainda não percebeu, mas eles existem exclusivamente para propiciar JUSTIÇA a nós todos, cidadãs e cidadãos. JUSTIÇA, e não iniquidade...


Quando, em que ocasião, o cidadão brasileiro teve direito de falar o que pensa do Judiciário e ser ouvido por ele? Quando?!...


Vamos aproveitar mais este espaço aberto e abrir a boca cidadã, levando pessoalmente à Corregedoria do CNJ, nestas inspeções, sugestões, informações, reclamações...


Mais uma vez, parabéns à Grande Mulher da Justiça!


Ação no TJRS integra ciclo de inspeções 
nos maiores tribunais

Ao abrir, nesta segunda-feira (18/6), Inspeção no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS), a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, destacou que este trabalho integra o ciclo de inspeções da Corregedoria Nacional de Justiça nos quatro maiores tribunais do País – os demais são os de São Paulo (TJSP), Rio de Janeiro (TJRJ) e Minas Gerais (TJMG). “Eu quero dizer aos senhores que deixarei o cargo de corregedora nacional em setembro cumprindo uma etapa que eu tinha traçado, que era a visita aos maiores tribunais do País”, disse a corregedora, que abriu a inspeção por meio de videoconferência a partir da sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília.

Durante a videoconferência, a corregedora teve como interlocutores o presidente do TJRS, desembargador Marcelo Bandeira Pereira; o vice- presidente do Tribunal, desembargador Gunther Spode; o 2º vice-presidente, desembargador Cláudio Baldino Maciel; o 3º vice-presidente, desembargador André Luiz Planella Villarinho; o corregedor-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, desembargador Voltaire de Lima Moraes; o defensor público-geral de Justiça do Estado, Nilton Leonel Arnecke Maria; e o promotor-corregedor, Paulo Sérgio Cassol Lubianca.

A ministra fez questão de destacar que a inspeção no TJRS é um trabalho de rotina e não se deve a denúncias ou reclamações. Segundo ela, a inspeção, que terá duração de uma semana, tem alvos variados para análise, incluindo contratos, licitações, distribuição de processos e a administração dos precatórios judiciais – dívidas do setor público reconhecidas pela Justiça.

A corregedora Eliana Calmon, durante a videoconferência, aproveitou para anunciar como novidade a participação de uma Defensoria Pública na abertura de uma inspeção, neste caso a Defensoria do Estado do Rio Grande do Sul. “Esta inspeção conta com uma novidade: é a presença da Defensoria Pública, porque, através dela, nós já poderemos fazer os encaminhamentos das pessoas que querem fazer reclamações, elogios e sugestões para a melhoria da prestação jurisdicional”, afirmou a ministra.

Ao falar da importância da participação popular, a corregedora considerou que as inspeções são momentos de cidadania. “Este é um momento que eu acho importante para a cidadania, onde os jurisdicionados participam da abertura de uma inspeção mostrando o que há de bom e o que há de ruim no Poder Judiciário”, declarou a corregedora, que também solicitou ao TJRS que divulgue amplamente a inspeção como forma de atrair a participação dos jurisdicionados.

Eliana Calmon disse estar otimista com o resultado da inspeção, por considerar que o TJRS está entre os melhores tribunais de Justiça do País. “Eu entendo que nós teremos, ao fim de uma semana, o diagnóstico completo sobre o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. As informações que nos chegam são de que se trata de um tribunal que está sintonizado com o que há de mais moderno na administração de Justiça e que vem sendo administrado em metas pelo CNJ. Eu creio, desta forma, que será importantíssimo este trabalho, até para ter condições de dizer aos senhores que eu, corregedora nacional, posso testemunhar, diante do que eu vi na inspeção, que se trata de um dos melhores tribunais do País. Este é o meu desejo, e eu espero que isso, efetivamente, aconteça”, concluiu.


Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias



Corregedoria quer ouvir população do RS

Uma equipe de servidores da Corregedoria Nacional de Justiça estará na sede do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), em Porto Alegre, durante esta semana, para ouvir os cidadãos que queiram apresentar críticas, elogios ou sugestões sobre o funcionamento do Judiciário no Estado. O atendimento começa nesta segunda-feira (18/6) às 14 h e prossegue até quinta-feira (21/6), das 10 h às 18 h.

A iniciativa faz parte do trabalho de inspeção que será realizada pelo órgão durante toda a semana na Justiça Comum do RS. As informações coletadas durante o atendimento individual à população servirão de complemento às visitas feitas pela equipe de juízes auxiliares e servidores às unidades de primeiro e segundo graus. Embora a inspeção abranja apenas a Justiça Estadual, eventuais reclamações ou sugestões sobre os demais ramos do Judiciário (trabalhista, eleitoral e militar) também poderão ser colhidas no atendimento.

Os interessados em se manifestar devem procurar o posto de atendimento do CNJ no TJRS munido de documento de identidade com foto e comprovante de residência. Para ser atendido no mesmo dia, é preciso comparecer ao local até as 15 h. Depois desse horário, o atendimento poderá ser agendado para o dia seguinte.

Manifestações quanto à demora no andamento de processos, pagamento de precatórios, estrutura de varas e juizados podem ser apresentadas no atendimento. Todas elas serão analisadas pela equipe do órgão em Brasília. A Corregedoria Nacional de Justiça tem atribuição para tratar apenas de questões administrativas, referentes ao funcionamento do Judiciário, não podendo interferir em decisões judiciais.



Mariana Braga
Agência CNJ de Notícias


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